Clube Recreativo Valonguense
Informação não tratada arquivisticamente.
Nível de descrição
Fundo
Código de referência
PT/AHMVLG/CRV
Tipo de título
Atribuído
Título
Clube Recreativo Valonguense
Datas de produção
1888
a
2008
Dimensão e suporte
48 livros; 1 pasta; 1 maço
Entidade detentora
Arquivo Histórico Municipal de Valongo
História administrativa/biográfica/familiar
O Pe. Joaquim Alves Lopes dos Reis, na sua monografia, “ A Villa de Vallongo”, refere a existência na freguesia de um clube recreativo. O Clube Recreativo Valonguense terá surgido em 1888. No Livro de Visitantes é referida a data de 4 de fevereiro de 1888 como dia da inauguração do Clube, sendo denominado, nessa data, Club de Recreio Valonguense. O Clube regia-se por Estatutos próprios e tinha como órgãos, a Direção e a Assembleia Geral. Ambos eram eleitos, anualmente, em sessão da Assembleia Geral. Com sede na vila de Valongo, foi constituído como uma sociedade de recreio que se compõe de sócios efetivos, temporários e beneméritos, com inscrição no livro de matrículas.O seu fim é proporcionar aos associados “diversão de boa e agradável convivência por meio de reuniões diárias dos associados para conversação, leitura, jogos lícitos e outros passatempos honestos; reuniões extraordinárias dos associados e suas famílias, saraus musicais, conferências literárias, representações dramáticas e exposições artísticas”.Desconhecemos a composição da primitiva direção, no entanto, em 1892, a mesma era composta por António Alves de Oliveira Zina, Presidente da Direção, António Pinto Gomes da Rocha, Vice-presidente, João Fernandes Pegas e Manuel Monteiro da Rocha, secretários, José Francisco da Silva e Joaquim Carlos Figueira, Vogais e João Gonçalves de Azevedo, tesoureiro.Os novos sócios eram propostos por sócios já existentes, sendo os seus nomes “escritos na pedra” e, não havendo reclamações, eram admitidos.Os sócios iniciavam-se como amadores e depois passavam a efetivos, sendo esta alteração decidida em reunião de direção. Encontramos também a referência a sócios temporários e beneméritos.Em 10 de agosto de 1902, tendo sido discutido e votado em assembleia geral o projeto de estatutos e respetivo regulamento interno, porque deve reger-se o mesmo clube, foram remetidos ao Governador Civil e aprovados em 18 de outubro do mesmo ano.Desconhecemos a casa onde inicialmente o club se instalava. No entanto, em 1903, há referência de que “tomaram de arrendamento a casa em que o clube se acha instalado pertencente ao Sr. Joaquim Carlos Figueira, pela renda anual de 48.000 reis”.Nas suas instalações, o Clube cedia morada ao empregado. No livro número dois das atas de Direção, na sua sessão de 18 de janeiro de 1903, pela primeira vez, é referido o Clube Recreativo Valonguense. Tendo como presidente António Joaquim Sousa Lobo, Vice-presidente, Abade Guilherme Gonçalves Branco, tesoureiro, António Alves de Oliveira Zina e os secretários, Pedro Moreira de Sousa e Joaquim Carvalho da Costa Camões.É nesta data que a Direção resolveu transferir para o atual clube os fundos que existiam no antigo Clube de Recreio Valonguense. Foi igualmente decidido transferir para a atual sociedade todo o mobiliário e alfaias do extinto Club de Recreio Valonguense.Decidiram, ainda, admitir como sócios efetivos do Clube Recreativo Valonguense os indivíduos, que já o eram, no antigo Clube de Recreio Valonguense.Continua o hábito de expor nas salas do clube a proposta de nomes para nos sócios pelo prazo de 8 dias. Os novos sócios são propostos por sócios antigos.Mais tarde, em Assembleia Geral Extraordinária de 12 de fevereiro de 1911 foi dado conhecimento do estado precário do Clube, tendo sido nomeada uma Comissão para apresentação de um estudo de reforma e providência a tomar. Apresentados os trabalhos desenvolvidos pela Comissão, em maio de 1911, foi resolvido mudar o Clube “para o Salão Nobre “ João Marques Saldanha”, pertencente à Associação dos Bombeiros Voluntários de Valongo. A oferta da renda não devia exceder os 40.000 reis anuais, pelo aluguer do Salão, Buffet e Teatro para as reuniões familiares.” Como nos Bombeiros não existia espaço para albergar o empregado decidiram alugar uma casa para esse efeito até à quantia de 8.000 reis anuais. O Clube manteve-se no edifício dos Bombeiros Voluntários durante vários anos, até que em 1923, a Associação Humanitária informa que pretendem rescindir o contrato de arrendamento em virtude de precisarem das referidas salas. A Direção responde estar a empregar todos os esforços para satisfazer o desejo da corporação, contudo não o podiam fazer prontamente. Apesar de reconhecer a necessidade de adquirir outra casa para sede, tal só se veio a concretizar-se em 1933, uma vez que o Vice-presidente Joaquim de Almeida Vale possuía uma casa devoluta, nas condições desejadas, na Rua de S. Mamede, estando na disposição de a ceder por 180$00 mensais.Em 1937, e considerando que o edifício não reunia as condições necessária, a Direção resolveu arrendar o 1º andar de um prédio na Rua de S. Mamede, pertencente à Sociedade Industrial Vitória, lda, por 200$00 mensais. Em 1972 aparece Armando Manuel Gomes Peixoto como proprietário do edifício do Clube. Mais tarde, em 1983 em ata da Assembleia Geral “deram um voto de apreço a Armando Manuel Gomes Peixoto por este não alterar a renda, atendendo que esta é pequena, visto às condições das instalações”
Estatuto legal
Depósito
História custodial e arquivística
No âmbito do protocolo celebrado entre o Clube Recreativo Valonguense e o Município de Valongo, em julho de 2020, o fundo foi depositado no Arquivo Histórico Municipal de Valongo, ao abrigo do projeto de recuperação de arquivos e documentos de interesse municipal.Com a celebração do contrato de depósito, a documentação do Clube Recreativo Valonguense foi submetida a tratamento técnico
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Depósito
Âmbito e conteúdo
A documentação reflete a atividade do Clube Recreativo Valonguense no domínio das funções definidas por estatutos.
Tipologia documental
secções, séries, documentos
Sistema de organização
Com vista à sua organização, e numa primeira fase, procedeu-se à análise documental em termos genéricos, procurando-se paralelamente informações sobre a orgânica, funções e evolução histórica do Clube. Durante este processo foi elaborado um plano de classificação, com base na natureza dos documentos e respeito pela organização original percetível. A documentação foi agrupada em 5 secções: órgãos do Clube, Expediente, Contabilidade e Gestão de Sócios, Património, Atividades Recreativas. Uma vez classificados, os documentos foram ordenados de uma forma sequencial, prevalecendo o critério cronológico dentro de cada série. Na constituição das séries foram tidas em linha de conta as características e tipologias documentais detetadas. Estiveram sempre presentes os princípios fundamentais da arquivística, do respeito pela proveniência e pela ordem natural dos documentos, quando tal foi possível apurar.
Idioma e escrita
português
Instrumentos de pesquisa
inventário